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Meu nome é Zé Luiz e, como dá para deduzir, este é meu blog. Não é nada demais, apenas um espaço para colocar uns textos que eu acho engraçados. Mas como eu sou o sujeito mais suspeito para dizer isso, espero que você entre toda semana e confira se estou certo ou alucinado. Toda segunda-feira vai ter um texto novo, zoando o maior fenômeno da literatura dos últimos tempos: a auto-ajuda. Seja bem-vindo e, tomara, divirta-se. PS. Se quiser ser avisado quando houver atualizações, mande um email para Zé Luiz
Sunday, November 30, 2003
COMO PARAR DE BEBER
O álcool é uma substância que faz com que você se sinta mais alegre, mais confiante e consiga fazer coisas que não conseguiria fazer normalmente. E, apesar de tantas coisas boas, muita gente se esforça em parar de beber.
Não estou aqui falando de alcoólatras. Estes têm uma relação problemática com o álcool e devem procurar ajuda especializada. Os alcoólicos anônimos são uma ótima e eficiente organização. Só fico imaginando como eles fazem para se identificar, se são anônimos. Será que se tratam por apelidos? Ô Do Bafo, chega aí. Fala, Esponjinha. Você tem visto o Não Tem Dono? Puxa, desde aquele porre no aniversário do Zulu, não nos encontramos mais.
Agora, se você bebe socialmente e quer mesmo parar de beber, a primeira coisa a fazer é não dar bola para aqueles que vão te chamar de fracote ou mariquinhas. Porque saiba que vão chamar mesmo. É disso aí para baixo. E você deve manter a calma e tomar seu refrigerantezinho light com a maior cara de macho. Se puder coçar o saco enquanto faz isso, melhor.
Se possível, anule sua vida social. Afinal, qualquer encontro não-profissional de pessoas tem álcool. Happy hour, festa da firma, aniversário de criança; até na missa tem vinho. Não é recomendável a alguém que está abandonando o álcool ver pessoas se divertindo com ele. Portanto, se tranque em casa, ligue a TV e não saia mais de lá. Mas faça com moderação: isso pode dar a maior deprê e fazer você voltar para a bebida mais rápido do que você imagina.
Mas se você, ainda assim, insistir em ir a festas, seja sempre o cara com a máquina fotográfica ou a filmadora na mão. Assim, ocupado, você não tem tempo de beber. E, se for comprar a própria máquina, prefira as de última geração. Com o dinheiro que você gastou, vai ter que usar essa porcaria bastante. Depois de algum tempo, você se acostuma a ver os outros se divertindo e se conforma em ficar só assistindo.
Ainda em festas, uma boa tática é reparar o quanto é ridículo um bêbado. Procure o mais embriagado de todos. Não o que está alegrinho e se divertindo, senão você fica com inveja e vira uma tequila na hora. Procure aquele que não está mais em condições de se divertir. Se ele disser que te considera pra caralho, esse é o cara. Fique lá batendo um papo com ele. Preste atenção àquela conversa mole e deixe o bafo de pinga vir direto contra sua cara. Em dez minutos de conversa, você pega nojo em qualquer tipo de bebida com mais de 0,0001% de álcool.
Transfira os prazeres que você tem com o álcool para outros tipos de bebida. Tome suco de beterraba com colarinho. Beba água com gás em copo de chapagne. Deguste o refrigerante light e identifique a safra do aspartame que foi usado nele. Com algum treino, você deixa qualquer enólogo ou mestre cervejeiro no chinelo.
Em casa ou no restaurante, evite as comidas que combinam com álcool. Coma salada, broto de bambu, creme de espinafre e, no máximo, um filezinho de frango sem tempero. Seria impensável comer bolinho de bacalhau ou anéis de lula fritos e tomar água mineral sem gás.
Finalmente, procure descobrir como as bebidas são produzidas. É mais ou menos como a história da salsicha: se você souber como elas são feitas, nunca mais come. A cerveja, por exemplo, é fermentada com cocô de bactérias. O vinho é feito de uvas esmagadas pelos pés de um monte de caras. Como você tem coragem de apreciar o gosto de uma coisa dessas? Deve ser por isso que vinho costuma vir acompanhado de queijo, para disfarçar o cheiro do chulé.
O álcool é uma substância que faz com que você se sinta mais alegre, mais confiante e consiga fazer coisas que não conseguiria fazer normalmente. E, apesar de tantas coisas boas, muita gente se esforça em parar de beber.
Não estou aqui falando de alcoólatras. Estes têm uma relação problemática com o álcool e devem procurar ajuda especializada. Os alcoólicos anônimos são uma ótima e eficiente organização. Só fico imaginando como eles fazem para se identificar, se são anônimos. Será que se tratam por apelidos? Ô Do Bafo, chega aí. Fala, Esponjinha. Você tem visto o Não Tem Dono? Puxa, desde aquele porre no aniversário do Zulu, não nos encontramos mais.
Agora, se você bebe socialmente e quer mesmo parar de beber, a primeira coisa a fazer é não dar bola para aqueles que vão te chamar de fracote ou mariquinhas. Porque saiba que vão chamar mesmo. É disso aí para baixo. E você deve manter a calma e tomar seu refrigerantezinho light com a maior cara de macho. Se puder coçar o saco enquanto faz isso, melhor.
Se possível, anule sua vida social. Afinal, qualquer encontro não-profissional de pessoas tem álcool. Happy hour, festa da firma, aniversário de criança; até na missa tem vinho. Não é recomendável a alguém que está abandonando o álcool ver pessoas se divertindo com ele. Portanto, se tranque em casa, ligue a TV e não saia mais de lá. Mas faça com moderação: isso pode dar a maior deprê e fazer você voltar para a bebida mais rápido do que você imagina.
Mas se você, ainda assim, insistir em ir a festas, seja sempre o cara com a máquina fotográfica ou a filmadora na mão. Assim, ocupado, você não tem tempo de beber. E, se for comprar a própria máquina, prefira as de última geração. Com o dinheiro que você gastou, vai ter que usar essa porcaria bastante. Depois de algum tempo, você se acostuma a ver os outros se divertindo e se conforma em ficar só assistindo.
Ainda em festas, uma boa tática é reparar o quanto é ridículo um bêbado. Procure o mais embriagado de todos. Não o que está alegrinho e se divertindo, senão você fica com inveja e vira uma tequila na hora. Procure aquele que não está mais em condições de se divertir. Se ele disser que te considera pra caralho, esse é o cara. Fique lá batendo um papo com ele. Preste atenção àquela conversa mole e deixe o bafo de pinga vir direto contra sua cara. Em dez minutos de conversa, você pega nojo em qualquer tipo de bebida com mais de 0,0001% de álcool.
Transfira os prazeres que você tem com o álcool para outros tipos de bebida. Tome suco de beterraba com colarinho. Beba água com gás em copo de chapagne. Deguste o refrigerante light e identifique a safra do aspartame que foi usado nele. Com algum treino, você deixa qualquer enólogo ou mestre cervejeiro no chinelo.
Em casa ou no restaurante, evite as comidas que combinam com álcool. Coma salada, broto de bambu, creme de espinafre e, no máximo, um filezinho de frango sem tempero. Seria impensável comer bolinho de bacalhau ou anéis de lula fritos e tomar água mineral sem gás.
Finalmente, procure descobrir como as bebidas são produzidas. É mais ou menos como a história da salsicha: se você souber como elas são feitas, nunca mais come. A cerveja, por exemplo, é fermentada com cocô de bactérias. O vinho é feito de uvas esmagadas pelos pés de um monte de caras. Como você tem coragem de apreciar o gosto de uma coisa dessas? Deve ser por isso que vinho costuma vir acompanhado de queijo, para disfarçar o cheiro do chulé.
Monday, November 24, 2003
COMO MANTER UM CASAMENTO
Todo relacionamento entre homens e mulheres é complicado, pela simples razão de que cada um fala uma língua diferente. E quando tem sexo no meio, as diferenças são ainda maiores. Por exemplo, o homem fala um monte de mentiras durante a cantada e é sincero na hora do tesão. Já a mulher costuma ser super-sincera nas cantadas, mas finge orgasmos.
Agora, o relacionamento mais complexo entre os dois sexos é o casamento. Porque ele não tem nada a ver com carinho ou tesão. Todo casamento é um acordo, de papel passado ou não, onde as duas partes se comprometem a conviver uma com a outra. Duas pessoas casadas não têm necessariamente tesão ou amor pela outra. Estão juntas, simplesmente para fugir da solidão e não terminar a vida como velhos abandonados. Caquético sim, mas com alguém tão caquético quanto, do lado.
Por isso, o principal erro das pessoas que tentam recuperar casamentos (seus próprios ou de outros) é tentar trabalhar o amor, o respeito e o tesão do casal. Essas coisas são secundárias. Não que não possam existir, muitos maridos e esposas se amam de verdade e têm noites de deixar muito artista pornô vermelho (sem malícia). Mas o que é decisivo nesse tipo de relacionamento é a convivência.
Na minha opinião, a primeira coisa a se fazer por um casamento é dormir em quartos separados. Se possível, em casas também separadas. Claro, na hora de transar, é ótimo compartilhar a mesma cama. Nós dois queremos a mesma coisa. Mas na hora de dormir, as mulheres querem ficar abraçadinhas e dormir em posição de colheres na gaveta. E tudo o que os homens querem é roncar e peidar embaixo do cobertor.
Além disso, dormir abraçadinhos tem seus problemas. Se a gente acordasse exatamente na mesma posição em que deitou, seria ótimo. Mas todo mundo se mexe dormindo e a pior coisa de madrugada é ter um braço ou uma coxa na sua cara quando se está tentando dormir. Alguém pode morrer asfiaxiado com isso, é perigoso.
Admitindo que o casamento é um acordo, poderia haver sub-acordos dentro dele. Por exemplo: cada parceiro teria direito a uma noite por semana para sair sozinho com os amigos ou amigas. Ele poderia ir jogar futebol, tomar um chope ou levar aquela gostosa do escritório ao motel. Ela poderia jantar com as amigas, pegar um cineminha ou ir ao clube das mulheres.
Por falar nisso, a fidelidade é um fundamental para todo casamento. Não estou dizendo que todo mundo tem que ser fiel. Longe disso, homens e mulheres sentem atração fora do casamento, é natural. E é importante que tenhamos uma vida sexual ativa e variada. Mas nem o marido nem a esposa podem ficar sabendo das escapadinhas do outro. Seria como passar com um rolo compressor sobre a relação. Ora, a gente não mostra o cocô que fez de manhã um para o outro. Não guarda meleca do nariz para o outro ver. Por que teria que contar com quem trocou fluídos na noite passada?
Quando chegam os filhos, a situação tende a se tornar ainda mais difícil. Primeiro porque parte da energia sexual da mulher é canalizada para o instinto materno e a do homem não diminui na mesma proporção. Além disso, um filho é mais uma pessoa a conviver naquele punhado de metros quadrados. E ao contrário das outras visitas de família, como sogra, cunhado e primos, esse sujeito não está pensando em ir embora nos próximos 18 anos.
Portanto, casamento é uma decisão da maior importância, que vai influenciar toda a sua vida dali para a frente. Não é irreversível, afinal existe o divórcio. Mas esse remédio pode ser pior que a doença e comer um terço de tudo o que você ganha. Aí, além de terminar a vida como um velho abandonado, você vai ser um velho abandonado e miserável.
Todo relacionamento entre homens e mulheres é complicado, pela simples razão de que cada um fala uma língua diferente. E quando tem sexo no meio, as diferenças são ainda maiores. Por exemplo, o homem fala um monte de mentiras durante a cantada e é sincero na hora do tesão. Já a mulher costuma ser super-sincera nas cantadas, mas finge orgasmos.
Agora, o relacionamento mais complexo entre os dois sexos é o casamento. Porque ele não tem nada a ver com carinho ou tesão. Todo casamento é um acordo, de papel passado ou não, onde as duas partes se comprometem a conviver uma com a outra. Duas pessoas casadas não têm necessariamente tesão ou amor pela outra. Estão juntas, simplesmente para fugir da solidão e não terminar a vida como velhos abandonados. Caquético sim, mas com alguém tão caquético quanto, do lado.
Por isso, o principal erro das pessoas que tentam recuperar casamentos (seus próprios ou de outros) é tentar trabalhar o amor, o respeito e o tesão do casal. Essas coisas são secundárias. Não que não possam existir, muitos maridos e esposas se amam de verdade e têm noites de deixar muito artista pornô vermelho (sem malícia). Mas o que é decisivo nesse tipo de relacionamento é a convivência.
Na minha opinião, a primeira coisa a se fazer por um casamento é dormir em quartos separados. Se possível, em casas também separadas. Claro, na hora de transar, é ótimo compartilhar a mesma cama. Nós dois queremos a mesma coisa. Mas na hora de dormir, as mulheres querem ficar abraçadinhas e dormir em posição de colheres na gaveta. E tudo o que os homens querem é roncar e peidar embaixo do cobertor.
Além disso, dormir abraçadinhos tem seus problemas. Se a gente acordasse exatamente na mesma posição em que deitou, seria ótimo. Mas todo mundo se mexe dormindo e a pior coisa de madrugada é ter um braço ou uma coxa na sua cara quando se está tentando dormir. Alguém pode morrer asfiaxiado com isso, é perigoso.
Admitindo que o casamento é um acordo, poderia haver sub-acordos dentro dele. Por exemplo: cada parceiro teria direito a uma noite por semana para sair sozinho com os amigos ou amigas. Ele poderia ir jogar futebol, tomar um chope ou levar aquela gostosa do escritório ao motel. Ela poderia jantar com as amigas, pegar um cineminha ou ir ao clube das mulheres.
Por falar nisso, a fidelidade é um fundamental para todo casamento. Não estou dizendo que todo mundo tem que ser fiel. Longe disso, homens e mulheres sentem atração fora do casamento, é natural. E é importante que tenhamos uma vida sexual ativa e variada. Mas nem o marido nem a esposa podem ficar sabendo das escapadinhas do outro. Seria como passar com um rolo compressor sobre a relação. Ora, a gente não mostra o cocô que fez de manhã um para o outro. Não guarda meleca do nariz para o outro ver. Por que teria que contar com quem trocou fluídos na noite passada?
Quando chegam os filhos, a situação tende a se tornar ainda mais difícil. Primeiro porque parte da energia sexual da mulher é canalizada para o instinto materno e a do homem não diminui na mesma proporção. Além disso, um filho é mais uma pessoa a conviver naquele punhado de metros quadrados. E ao contrário das outras visitas de família, como sogra, cunhado e primos, esse sujeito não está pensando em ir embora nos próximos 18 anos.
Portanto, casamento é uma decisão da maior importância, que vai influenciar toda a sua vida dali para a frente. Não é irreversível, afinal existe o divórcio. Mas esse remédio pode ser pior que a doença e comer um terço de tudo o que você ganha. Aí, além de terminar a vida como um velho abandonado, você vai ser um velho abandonado e miserável.
Sunday, November 16, 2003
COMO SE COMPORTAR NO TRÂNSITO
Se existe um lugar no mundo onde todos estão certos é o trânsito. Não importa quem deu a fechada, quem bateu ou quem passou no sinal vermelho: todo motorista está plenamente convicto de que tem toda a razão. Nem o paraíso tem tantas pessoas tão íntegras e corretas quanto um trânsito infernal.
E, sendo dono da razão, todo mundo está disposto a defendê-la com unhas, dentes e, algumas vezes, revólver. Daí nascem as intermináveis e violentas discussões de trânsito: todo motorista entra com a razão e sai com a vitória. Repare no próximo bate-boca de trânsito, os dois saem com expressão de vencedor. Não importa se você perdeu a briga, vai sair com a maior pose: eu vou ter que pagar um pára-choque novinho para esse idiota; agora assim ele aprende a lição.
E quem já sabe que nenhum motorista admite erros é o guarda. Por isso, não adianta argumentar que o radar dele está desregulado e você não estava a 150 por hora. Ele ouve pessoas choramingando dezenas de vezes por dia e já está mais do que vacinado. Melhor apelar para um amigo com alguma patente, como um delegado, sargento ou coronel. Não importa que você não conheça nenhum, basta falar qualquer sobrenome que comece com a letra P. Diga, por exemplo, que você é sobrinho do coronel Pessanha. Ou um grande amigo do Tenente Peixoto e do sargento Padilha.
Se você se enfiar num congestionamento, não se estresse. Não vai resolver nada. Ou você acha que, fazendo cara da mau, vai assustar as pessoas e elas vão andar mais rápido? Procure respirar fundo e manter a calma. Mas não exagere, colocando um daqueles CDs de new age, que você pode acabar ficando muito mais irritado.
Falando em irritação, uma das coisas que mais perturbam no trânsito são pessoas que querem limpar seu pára-brisa. Nada contra o pessoal que vende balas e brinquedos. Muito menos contra os malabaristas de farol. Eles estão na deles. Mas um sujeito que, contra a sua vontade, meleca teu vidro com um líquido gosmento e cobra para tirar aquela porcaria com um paninho sujo não merece compaixão. Dá vontade de dar um tiro no sujeito e cobrar pela bala que ele está levando.
Evite falar ao celular enquanto dirige. Uma, porque dá multa. Mas, principalmente porque você fica ridículo tentando dirigir e segurar o celular ao mesmo tempo. Tem gente que chega a passar a mão por trás da cabeça para segurar o telefone na orelha do outro lado. É patético. E na hora de mudar a marcha então? Você pode acabar causando um acidente: as pessoas vâo rir tanto, que vão perder o controle de seus carros e bater umas contra as outras.
Outra acrobacia que todo motorista gosta de fazer é com ticket de estacionamento do shopping. Por que é que todo mundo que pega o papelzinho, na máquina ou da mão de um entregador, coloca na boca e dirige mordendo o bichinho até chegar à vaga? Não seria mais simples colocar o papel no bolso? É exatamente para lá que ele vai depois que você desce do carro. Parece que o cara quer chamar a atenção: olhem o que eu sei fazer. Consigo dirigir segurando um ticket com os lábios, sem molhar. Dêem-me moedinhas.
Estas são algumas dicas para você lidar inteligentemente com o trânsito. Mas a melhor delas é não pegar trânsito. Por que gastar horas do seu dia numa fila de carros? O que você você vai contar para os seus netos: que passou 20% da sua vida girando um negócio redondo e respirando monóxido de carbono? Na minha opinião, o trânsito é como cigarro ou bebida: depois de tanto tempo com ele, as pessoas viciam e não conseguiriam mais viver sem ele. Pode reparar num carro que pára num semáforo. O motorista está tão acostumado a dirigir, que não sabe o que fazer a mão, quando não está dirigindo. Por isso, invariavelmente, ela vai direto para o nariz.
Se existe um lugar no mundo onde todos estão certos é o trânsito. Não importa quem deu a fechada, quem bateu ou quem passou no sinal vermelho: todo motorista está plenamente convicto de que tem toda a razão. Nem o paraíso tem tantas pessoas tão íntegras e corretas quanto um trânsito infernal.
E, sendo dono da razão, todo mundo está disposto a defendê-la com unhas, dentes e, algumas vezes, revólver. Daí nascem as intermináveis e violentas discussões de trânsito: todo motorista entra com a razão e sai com a vitória. Repare no próximo bate-boca de trânsito, os dois saem com expressão de vencedor. Não importa se você perdeu a briga, vai sair com a maior pose: eu vou ter que pagar um pára-choque novinho para esse idiota; agora assim ele aprende a lição.
E quem já sabe que nenhum motorista admite erros é o guarda. Por isso, não adianta argumentar que o radar dele está desregulado e você não estava a 150 por hora. Ele ouve pessoas choramingando dezenas de vezes por dia e já está mais do que vacinado. Melhor apelar para um amigo com alguma patente, como um delegado, sargento ou coronel. Não importa que você não conheça nenhum, basta falar qualquer sobrenome que comece com a letra P. Diga, por exemplo, que você é sobrinho do coronel Pessanha. Ou um grande amigo do Tenente Peixoto e do sargento Padilha.
Se você se enfiar num congestionamento, não se estresse. Não vai resolver nada. Ou você acha que, fazendo cara da mau, vai assustar as pessoas e elas vão andar mais rápido? Procure respirar fundo e manter a calma. Mas não exagere, colocando um daqueles CDs de new age, que você pode acabar ficando muito mais irritado.
Falando em irritação, uma das coisas que mais perturbam no trânsito são pessoas que querem limpar seu pára-brisa. Nada contra o pessoal que vende balas e brinquedos. Muito menos contra os malabaristas de farol. Eles estão na deles. Mas um sujeito que, contra a sua vontade, meleca teu vidro com um líquido gosmento e cobra para tirar aquela porcaria com um paninho sujo não merece compaixão. Dá vontade de dar um tiro no sujeito e cobrar pela bala que ele está levando.
Evite falar ao celular enquanto dirige. Uma, porque dá multa. Mas, principalmente porque você fica ridículo tentando dirigir e segurar o celular ao mesmo tempo. Tem gente que chega a passar a mão por trás da cabeça para segurar o telefone na orelha do outro lado. É patético. E na hora de mudar a marcha então? Você pode acabar causando um acidente: as pessoas vâo rir tanto, que vão perder o controle de seus carros e bater umas contra as outras.
Outra acrobacia que todo motorista gosta de fazer é com ticket de estacionamento do shopping. Por que é que todo mundo que pega o papelzinho, na máquina ou da mão de um entregador, coloca na boca e dirige mordendo o bichinho até chegar à vaga? Não seria mais simples colocar o papel no bolso? É exatamente para lá que ele vai depois que você desce do carro. Parece que o cara quer chamar a atenção: olhem o que eu sei fazer. Consigo dirigir segurando um ticket com os lábios, sem molhar. Dêem-me moedinhas.
Estas são algumas dicas para você lidar inteligentemente com o trânsito. Mas a melhor delas é não pegar trânsito. Por que gastar horas do seu dia numa fila de carros? O que você você vai contar para os seus netos: que passou 20% da sua vida girando um negócio redondo e respirando monóxido de carbono? Na minha opinião, o trânsito é como cigarro ou bebida: depois de tanto tempo com ele, as pessoas viciam e não conseguiriam mais viver sem ele. Pode reparar num carro que pára num semáforo. O motorista está tão acostumado a dirigir, que não sabe o que fazer a mão, quando não está dirigindo. Por isso, invariavelmente, ela vai direto para o nariz.
Sunday, November 09, 2003
COMO SE LIVRAR DE CHATOS
Chato é aquele sujeito que nunca fez nada de mal a ninguém, mas é odiado como tal. É, antes de tudo, um injustiçado, pois leva a culpa sem ter praticado a maldade. Mas, como ele é chato mesmo, ninguém fica com remorso nenhum.
A primeira coisa que você tem que saber para identificar um chato é que ele não é má pessoa. Pelo contrário, todo chato é bonzinho por natureza. Pense bem: você já viu um chato mal-intencionado? Nunca. Ele sempre quer ajudar, fazer alguma coisa de bom ou simplesmente se enturmar. Só que ele não tem as manhas e, por isso, se torna chato. É como uma forma de defesa: esse sujeito te pentelha a todo segundo e você nem pode se vingar ou reclamar. Se você o fizer, se transforma automaticamente num desalmado sem coração.
Outra coisa a respeito desse curioso tipo de pessoa é que ele sempre está por perto, menos quando você precisa dele. Explicando melhor: o chato fica na sua cola toda hora e nunca sai do seu pé. Você dá um espirro e o primeiro a desejar saúde é ele. Agora, basta você estar cheio de problemas e precisar de uma ajuda que esse cara desaparece. É infalível. Portanto, uma ótima técnica para se livrar dos chatos é se meter no máximo de problemas possível. Deixe seu carro quebrar bem no meio da estrada ou simplesmente arranje um monte de pacotes para carregar. Não vai sobrar um chato por perto para dar uma mãozinha.
Nunca na sua vida seja educado com um chato. Seja sempre seco e curto nas suas respostas. Um chato não costuma receber muito carinho das pessoas. Qualquer tipo de cordialidade ou respeito seu em relação a ele vai ser interpretado como demonstração de amizade. Você ri de uma piadinha sem graça dele e ele já despenca dezenas de outras para você, como se fossem amigos de longa data.
Todo chato é um expert em, no mínimo, uma coisa. Quanto maior a chatice, mais assuntos a pessoa domina (e menos relevantes). Um chato costuma saber como funcionam os motores dos aviões, o nome de todas as top models internacionais, a distância entre os planetas, os rituais de acasalamento de toda a fauna da Amazônia e até a temperatura de ebulição do etil-propileno. Mas, paradoxalmente, nunca consegue saber quando sua conversa não está agradando.
Porém, uma coisa boa dos chatos é que eles nunca prestam atenção ao que você fala. Assim, você pode ler um livro enquanto o escuta discursar sobre qualquer coisa. Se pintar um silêncio, você só precisa alternar duas ou três palavras como puxa, ã-hã e claro. Ele se encarrega de continuar a conversa, enquanto você curte calmamente sua leitura.
Evite falar de sua vida pessoal a um chato. Principalmente seus defeitos, manias e frustrações. Ele não vai pensar duas vezes antes de contar animadamente todos eles na frente de um grupo de pessoas. Ainda mais se tiver gente do sexo oposto na conversa. Um chato é capaz de humilhar impiedosamente uma pessoa e não levar a fama de canalha (afinal, todo chato é bonzinho, lembra?).
Ao contrário do que se possa imaginar, devolver na mesma moeda não funciona. Ou seja, não adianta ser chato com um chato, esperando que isso vá afastá-lo. Ao contrário, ele pode se identificar com você e querer ser seu aliado para, juntos, atormentarem o mundo.
Portanto, se você identificar um chato, corra. Fuja dele como se estivesse correndo de um pitbull babando. Não dê o menor espaço para ele se aproximar. Agora, se você se identificou com as descrições acima, por favor nunca fale comigo se a gente se trombar na rua. Sabe o que é, né? Eu estou com o baior resvriado e dão guero te bassar beus germes.
Chato é aquele sujeito que nunca fez nada de mal a ninguém, mas é odiado como tal. É, antes de tudo, um injustiçado, pois leva a culpa sem ter praticado a maldade. Mas, como ele é chato mesmo, ninguém fica com remorso nenhum.
A primeira coisa que você tem que saber para identificar um chato é que ele não é má pessoa. Pelo contrário, todo chato é bonzinho por natureza. Pense bem: você já viu um chato mal-intencionado? Nunca. Ele sempre quer ajudar, fazer alguma coisa de bom ou simplesmente se enturmar. Só que ele não tem as manhas e, por isso, se torna chato. É como uma forma de defesa: esse sujeito te pentelha a todo segundo e você nem pode se vingar ou reclamar. Se você o fizer, se transforma automaticamente num desalmado sem coração.
Outra coisa a respeito desse curioso tipo de pessoa é que ele sempre está por perto, menos quando você precisa dele. Explicando melhor: o chato fica na sua cola toda hora e nunca sai do seu pé. Você dá um espirro e o primeiro a desejar saúde é ele. Agora, basta você estar cheio de problemas e precisar de uma ajuda que esse cara desaparece. É infalível. Portanto, uma ótima técnica para se livrar dos chatos é se meter no máximo de problemas possível. Deixe seu carro quebrar bem no meio da estrada ou simplesmente arranje um monte de pacotes para carregar. Não vai sobrar um chato por perto para dar uma mãozinha.
Nunca na sua vida seja educado com um chato. Seja sempre seco e curto nas suas respostas. Um chato não costuma receber muito carinho das pessoas. Qualquer tipo de cordialidade ou respeito seu em relação a ele vai ser interpretado como demonstração de amizade. Você ri de uma piadinha sem graça dele e ele já despenca dezenas de outras para você, como se fossem amigos de longa data.
Todo chato é um expert em, no mínimo, uma coisa. Quanto maior a chatice, mais assuntos a pessoa domina (e menos relevantes). Um chato costuma saber como funcionam os motores dos aviões, o nome de todas as top models internacionais, a distância entre os planetas, os rituais de acasalamento de toda a fauna da Amazônia e até a temperatura de ebulição do etil-propileno. Mas, paradoxalmente, nunca consegue saber quando sua conversa não está agradando.
Porém, uma coisa boa dos chatos é que eles nunca prestam atenção ao que você fala. Assim, você pode ler um livro enquanto o escuta discursar sobre qualquer coisa. Se pintar um silêncio, você só precisa alternar duas ou três palavras como puxa, ã-hã e claro. Ele se encarrega de continuar a conversa, enquanto você curte calmamente sua leitura.
Evite falar de sua vida pessoal a um chato. Principalmente seus defeitos, manias e frustrações. Ele não vai pensar duas vezes antes de contar animadamente todos eles na frente de um grupo de pessoas. Ainda mais se tiver gente do sexo oposto na conversa. Um chato é capaz de humilhar impiedosamente uma pessoa e não levar a fama de canalha (afinal, todo chato é bonzinho, lembra?).
Ao contrário do que se possa imaginar, devolver na mesma moeda não funciona. Ou seja, não adianta ser chato com um chato, esperando que isso vá afastá-lo. Ao contrário, ele pode se identificar com você e querer ser seu aliado para, juntos, atormentarem o mundo.
Portanto, se você identificar um chato, corra. Fuja dele como se estivesse correndo de um pitbull babando. Não dê o menor espaço para ele se aproximar. Agora, se você se identificou com as descrições acima, por favor nunca fale comigo se a gente se trombar na rua. Sabe o que é, né? Eu estou com o baior resvriado e dão guero te bassar beus germes.
Sunday, November 02, 2003
COMO SER UM ENGANADOR
Nem todo mundo consegue ser bom no que faz. Mas nem por isso você vai morrer de fome: sempre há a possibilidade de ser um enganador. Enganador é basicamente aquele sujeito mediano, mas que tem o reconhecimento de um sujeito brilhante. Existem enganadores em todos os ramos de atividade: no futebol, no cinema, na música, na política, no jornalismo. Até no seu trabalho há enganadores - se você nunca viu nenhum, talvez seja você mesmo.
Não há vergonha nenhuma em ser um enganador. Entre eles, existem alguns vitoriosos mundialmente reconhecidos: presidentes, tetra-campeões, celebridades. Então, a primeira coisa que você deve ter em mente para ser um enganador é sentir orgulho disso. Tudo bem: você não faz nada brilhante, não se destaca em nada e sua existência não acrescentará coisa nenhuma à humanidade. E daí? Você é igual a noventa e tantos porcento das pessoas.
Se você não tem nenhuma habilidade especial no que faz, resta desenvolver habilidades periféricas. A principal delas é ser político. Nunca tome uma posição polêmica, por mais que você acredite nela. Para que serve o que você acredita, se você não teria capacidade de fazer nada com aquilo? Seja um cordeirinho. Você nunca vai chegar a Jesus Cristo, mas vai aparecer nos presépios todo santo ano.
Procure ser gente boa com todos. Como enganador, você ocupa o lugar de pessoas muito mais capazes que você. Muita gente já te odeia, sem que você precise fazer esforço nenhum para isso. Se você for chato, arrogante ou cruel, essa gente acaba te linchando. Além disso, ser um sujeito bacana vai lhe render muito em sua carreira enganadora. Ninguém vai ter coragem de fazer mal a um alguém adorável como você. É como se você tivesse um colete a prova de balas: está imune a qualquer perigo.
Esqueça a ética. Ela é uma qualidade muito difícil de se desenvolver, deixe-a para os mais habilidosos. Para você, estar dentro da lei basta. Aí, procure brechas nas leis e afane, surrupie, engane (você é um enganador, lembra?). Se der alguma merda, é só usar frases de efeito como jurar pela saúde dos seus pais que você é inocente. É incrível como isso cola.
Provavelmente, você não tem opinião própria. Sem problemas, você não precisa de opinião própria. Se estiver no meio de uma discussão acalorada, simplesmente faça uma carinha de bonzinho e concorde com tudo. Se der para deitar a cabecinha para o lado, com ternura, melhor. Concorde com quem está argumentando, concorde com quem retruca, concorde até com quem discorda de todos. Ao diabo com a coerência. Ninguém vai cobrar coerência de um bonequinho de porcelana sem cérebro.
Não importa o quão fácil seja uma tarefa, supervalorize cada coisa que você fizer. Se um trabalho leva alguns minutos para ser feito, não o entregue em menos de 5 dias. Seja num escritório, numa repartição pública ou numa quadra de basquete, mostre a todos como é difícil o que você faz. E também como você é minucioso e detalhista. Existem segredos na sua função, que ninguém jamais vai conseguir desempenhar. Aja sempre como se você fosse o McGuiver, desarmando uma bomba com um clipe e um pedaço de papel alumínio.
Procure se estabelecer numa função meio abstrata, que ninguém sabe muito bem quais os seus deveres. Assim, fica mais difícil alguém cobrar resultados. No futebol, não seja centroavante ou meia, seja o médio-volante. Na política, em vez de ministro, prefira um cargo de assessor ou conselheiro. Numa agência de propaganda, seja o atendimento. E, quando alguém perguntar o que você faz, junte um punhado de palavras pomposas e sem um significado preciso, que vão continuar não entendendo nada.
Agindo corretamente, você tem tudo para se dar bem na carreira de enganador. Não é muito difícil. O pior que pode acontecer é passar uma humilhaçãozinha aqui ou ali. Você tira de letra. Tenha pensamento positivo e seja perseverante na sua atividade de não realizar nada. Você só não vai ser o maior enganador do mundo, porque enganador de verdade não tem talento para ser o maior do mundo em nada.
Nem todo mundo consegue ser bom no que faz. Mas nem por isso você vai morrer de fome: sempre há a possibilidade de ser um enganador. Enganador é basicamente aquele sujeito mediano, mas que tem o reconhecimento de um sujeito brilhante. Existem enganadores em todos os ramos de atividade: no futebol, no cinema, na música, na política, no jornalismo. Até no seu trabalho há enganadores - se você nunca viu nenhum, talvez seja você mesmo.
Não há vergonha nenhuma em ser um enganador. Entre eles, existem alguns vitoriosos mundialmente reconhecidos: presidentes, tetra-campeões, celebridades. Então, a primeira coisa que você deve ter em mente para ser um enganador é sentir orgulho disso. Tudo bem: você não faz nada brilhante, não se destaca em nada e sua existência não acrescentará coisa nenhuma à humanidade. E daí? Você é igual a noventa e tantos porcento das pessoas.
Se você não tem nenhuma habilidade especial no que faz, resta desenvolver habilidades periféricas. A principal delas é ser político. Nunca tome uma posição polêmica, por mais que você acredite nela. Para que serve o que você acredita, se você não teria capacidade de fazer nada com aquilo? Seja um cordeirinho. Você nunca vai chegar a Jesus Cristo, mas vai aparecer nos presépios todo santo ano.
Procure ser gente boa com todos. Como enganador, você ocupa o lugar de pessoas muito mais capazes que você. Muita gente já te odeia, sem que você precise fazer esforço nenhum para isso. Se você for chato, arrogante ou cruel, essa gente acaba te linchando. Além disso, ser um sujeito bacana vai lhe render muito em sua carreira enganadora. Ninguém vai ter coragem de fazer mal a um alguém adorável como você. É como se você tivesse um colete a prova de balas: está imune a qualquer perigo.
Esqueça a ética. Ela é uma qualidade muito difícil de se desenvolver, deixe-a para os mais habilidosos. Para você, estar dentro da lei basta. Aí, procure brechas nas leis e afane, surrupie, engane (você é um enganador, lembra?). Se der alguma merda, é só usar frases de efeito como jurar pela saúde dos seus pais que você é inocente. É incrível como isso cola.
Provavelmente, você não tem opinião própria. Sem problemas, você não precisa de opinião própria. Se estiver no meio de uma discussão acalorada, simplesmente faça uma carinha de bonzinho e concorde com tudo. Se der para deitar a cabecinha para o lado, com ternura, melhor. Concorde com quem está argumentando, concorde com quem retruca, concorde até com quem discorda de todos. Ao diabo com a coerência. Ninguém vai cobrar coerência de um bonequinho de porcelana sem cérebro.
Não importa o quão fácil seja uma tarefa, supervalorize cada coisa que você fizer. Se um trabalho leva alguns minutos para ser feito, não o entregue em menos de 5 dias. Seja num escritório, numa repartição pública ou numa quadra de basquete, mostre a todos como é difícil o que você faz. E também como você é minucioso e detalhista. Existem segredos na sua função, que ninguém jamais vai conseguir desempenhar. Aja sempre como se você fosse o McGuiver, desarmando uma bomba com um clipe e um pedaço de papel alumínio.
Procure se estabelecer numa função meio abstrata, que ninguém sabe muito bem quais os seus deveres. Assim, fica mais difícil alguém cobrar resultados. No futebol, não seja centroavante ou meia, seja o médio-volante. Na política, em vez de ministro, prefira um cargo de assessor ou conselheiro. Numa agência de propaganda, seja o atendimento. E, quando alguém perguntar o que você faz, junte um punhado de palavras pomposas e sem um significado preciso, que vão continuar não entendendo nada.
Agindo corretamente, você tem tudo para se dar bem na carreira de enganador. Não é muito difícil. O pior que pode acontecer é passar uma humilhaçãozinha aqui ou ali. Você tira de letra. Tenha pensamento positivo e seja perseverante na sua atividade de não realizar nada. Você só não vai ser o maior enganador do mundo, porque enganador de verdade não tem talento para ser o maior do mundo em nada.
